sexta-feira, 22 de maio de 2009

Viver ou morrer em Monte Carlo


A Formula 1 chega a Mônaco para disputar seu mais charmoso Grande Prêmio, onde o traçado é o que menos combina com os carros da categoria, devido as suas varias curvas que limitam a velocidade dos carros, valorizando o talento e a sensibilidade dos pilotos.
O principado monalesco reforça o elitismo de uma competição que tem empresas do naipe de Ferrari, Renault , BMW e Mercedes Benz se ralando em busca da vitória nas tortuosas e estreitas ruas do principado. Ali estão os verdadeiros clientes de carros de luxo e vencer significa prestigio ao fabricante e glória ao piloto. A ostentação é tão grande que todos os anos os primeiros pilotos da Mclaren Mercedes correm com diamantes cravejados em seus capacetes. Lugar de milionários. Não espere encontrar transporte coletivo ou serviço de saúde publica ali...
Contraditoriamente, o Circo da Formula 1 chega a Mônaco discutindo sua sobrevivência em tempos de crise econômica: A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) querendo limitar os gastos das equipes e as equipes querendo gastar mais do que hoje. Ao investirem mais com engenharia, materiais, recursos humanos e informática, as equipes mais ricas tiram espaço das menores nas primeiras filas do grid, pois aumentam o abismo entre o desempenho e durabilidade de seus bólidos com relação aos pequenos. Sendo assim, porque alguém, não ligado a montadoras, se aventuraria em um jogo de cartas marcadas como este? Essa é a pergunta que Max Mosley (presidente da FIA) se fez e que motivou sua proposta do teto orçamentário que as equipes mais abastadas rejeitaram. Antes isoladas, agora as “patricinhas” da F-1 parecem ter convencido os construtores menores (maiores beneficiadas com o teto) a se alinharem contra a FIA.
Se Mosley não amolecer, será responsável pela morte da Formula-1 por todos os fãs da categoria no mundo todo. Eu apostava em Mosley e numa categoria sem a Ferrari. Mas neste momento, aposto nas equipes que unidas e saindo em revoada, extinguirão a categoria, pelo menos como nos acostumamos a vê-la geração pós geração.
O campeonato de 2010 só acontecerá porque essas rivais todas se uniram e se articularam para garantir seus privilégios e evitar que aventureiros as vençam nas pistas no ano que vem. Fizeram a jogada perfeita, impondo uma invertida história a FIA. Eles tem até 29 de maio para resolver a quizumba já que está é a data limite para inscrições para a temporada do ano que vem. Mas já está tudo certo. Resta a Mosley tentar sair com dignidade dessa situação.
Por isso que repito o que já deixei por aqui: a Formula 1 é um pedaço do mundo dos negócios,e para quem assiste, é uma grande escola feita por empresários de primeiríssima linha, em um ambiente de extrema competividade , em que adversários ferrenhos como BMW e Mercedes Benz se olham nos olhos, se digladiam e se alinham por um interesse em comum. Política e negócios. Um não vive sem o outro em nenhum degrau da sociedade humana. Seja em corrida de carrinhos de rolimã, seja na Formula-1.
Ah sim, já ia esquecendo: Jason Button venceu 4 das 5 corridas no ano e vai para a sexta com um histórico pobre em Mônaco. Mas ele tem vencido tão facilmente em todo tipo de pista e situação que eu o considero favorito a tudo: pole amanhã, vitória domingo e titulo em 1º de novembro.

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