segunda-feira, 11 de maio de 2009

O objetivo determina o caminho


A vida é mesmo engraçada e se for ver bem, não tem sentido. Mas se a gente não planeja nossos insignificantes atos, ela pode ficar bem ruinzinha, por um breve período ou pelo seu resto.
Eu imagino que nossas ações podem tomar variados contornos, de acordo com a “porta” ou “estrada” que resolvemos entrar/seguir. Se você estiver em um carro saindo de Ribeirão Preto, querendo ir a São Paulo, você já sabe onde está e o destino que quer atingir. Mas se você seguir a Anhanguera sentido Uberaba você nunca chegará à Sampa, não importa o quanto acelere ou o quanto o carro seja bom e o motorista habilidoso. Uso essa miserável metáfora para exemplificar meu modo de ver a vida. Isso explica como me renego tantas coisas para alcançar objetivos mais abrangentes e essenciais.
Eu namoro há 8 anos e 11 meses e é claro que fui pressionado por todos a casar-me desde 2002. Mas eu tinha uma faculdade a terminar. E só consegui concluí-la em 2007, depois de ficar com matricula trancada de 2002 a 2004. O caminho que escolhi, tendo em vista que queria terminar a faculdade e melhorar meu magro calibre, foi não casar naquele momento porque eu tinha uma terrível restrição orçamentária.
Em 2003 eu estava realmente desiludido; o motivo pelo qual havia trancado a matricula na Unifran, entrando no 3º de 4 anos de Adm. Em Comercio Exterior é que quando eu trabalhava com meu pai, até 2001, eu tinha as noites livres. Quando decidi e precisei trabalhar fora com carteira registrada, meu horário ia das 14 às 22 horas na produção de uma fábrica que fechou 3 anos depois que eu sai de lá. Eu tinha mais folga para pagar a faculdade, mas não tinha horário disponível para freqüentá-la. Lutei muito para mudar de horário, sofri boicotes de todos os níveis e em 2003 quase comprei casa e casei o que significaria desistir de tudo.
Naquele momento, eu estava entrando em uma estrada que não terminaria na faculdade. Em um domingo chuvoso daquele ano, acordei, tomei café e pensei em tudo o que tinha feito dentro e fora do curso superior e o que poderia fazer além. Pensei que estaria renegando a tudo em que acreditava e ao eu havia me talhado a fazer na vida. Simplesmente foi um estalo na minha cabeça! Fui ao dono da casa e desisti do negócio; avisei a noiva, que satisfeita, me apoiou prontamente. Entrei em um projeto de destaque naquela empresa e em agosto de 2004 me mudaram de horário e voltei a faculdade em janeiro de 2005. Mas não voltei a Unifran, que me exigia muitas adaptações para entrar em Administração Geral. Transferi-me para a FFCL de Ituverava, tive de retroceder 1 ano, começando pelo terceiro semestre novamente. E lá conheci a pessoa que deu a mim as maiores oportunidades. Um professor genial e um empresário de imenso sucesso. Fui para a empresa dele em 2006 e lá estarei enquanto me considerarem útil. Foi à recompensa por ter tido a coragem de voltar pela contramão de uma estrada mal sinalizada e caminhar sobre os trilhos que minha natureza me impõe desde que nasci.
A noiva esta comigo, claro. Ela reconhece que o caminho que retomei foi o melhor para nós... Ela é sempre otimista e isso falta em mim... mas acho que a mistura da animação dela com meu pragmatismo é bom: ela me mostra que as coisas nem sempre são ferro e fogo e eu mostro que nem tudo são flores.
Sou um ateu irremediável e uma das poucas coisas em que acredito é que em se tomando o caminho errado, não adianta rezar que não tem volta. A vida, para ter sentido, precisa de objetivos claros e esforços que realmente levem-nos a alcança-los. Sem isso, haja igrejas para suportar tanto arrependimento e vazio...
Será que é por isso que esse negócio de reza prospera tanto em países latinos?

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