domingo, 31 de maio de 2009

Mosley Wins!


As equipes se uniram e eu cheguei a comentar aqui a inevitável derrocada de Max Mosley , presidente da FIA, quanto ao seu teto orçamentário na Formula 1.
Mas as coisas começaram a dar errado para os fabricantes quando a Williams resolveu fazer a inscrição para o mundial de 2010. Isso criou uma cisão dentro da FOTA e o resultado foi que todas as equipes se inscreveram no final das contas. A equipe de Sir Frank Williams e Patrick Head (foto anos 80) trabalha unica e exclusivamente com a Formula-1 e quebraria com sua saida da categoria. A FIA pressionou e os ingleses arregaram. Max, por seu lado, cedeu um pouco e resolveu aceitar uma implementação gradual do teto orçamentário , reduzindo anualmente o limite de gastos das scuderias.
Nessa queda de braço ele acabou virando o jogo e ganhando, em minha opinião. As equipes perceberam que perderiam muito se saíssem da F-1. Em matéria de exposição da marca não lugar melhor para estar. Não haverá duas categorias como elas temiam, no entanto, elas continuaram alinhando suas cores nos grids mundo afora, gastando menos, como Mosley sonhava.
E continuaremos, nós fans da Formula 1, a assistir nossas apaixonantes e insignificantes corridinhas aos domingos.
Que coisa boa.

sábado, 30 de maio de 2009

Tudo errado no clube da Rua Turiassu


Eu realmente tinha esperanças quanto a chegada de Luiz Gonzaga Beluzzo a presidência do Palmeiras após varias tentativas. O cara é um dos maiores economistas do Brasil e co-proprietário da Carta Capital junto a Mino Carta. Umas das pessoas mais respeitadas no mundo quando o assunto é economia e um palmeirense sanguíneo.
Mas é decepcionante ver o comportamento do clube quanto ao seu time dentro de campo. Assisti ao ultimo jogo , contra o Nacional do Uruguai pela Libertadores e quase morri de raiva com as invenções do Luxemburgo.
A semana já se mostrou preocupante só pelo fato do Palmeiras ter contratado o Obina. Até agora não entendi como jogadores como ele, Jeferson e Fabinho Capixaba chegam ao glorioso alvi-verde da Rua Turiassu. Deve ser uma puta máfia nos bastidores, entre empresários e comissão técnica. Daí vem minha decepção com o novo presidente. As coisas continuam acontecendo e parece não haver fiscalização. Às vezes parece até que a diretoria é conivente! Você contratar um atacante que não marca gols ha 6 meses, que está acima do peso e que é motivo de galhofa por seu pouco trato com a pelota é no mínimo constrangedor. Lá nos gambás deu certo porque o cara se chama Ronaldo. A noticia de sua contratação pelo Palmeiras foi me dada pelo Milionário, que fez questão de ligar para zuar com a minha cara. E qual a defesa nesse momento? Nenhuma. Obina e o Palestra são indefensáveis...
Voltando ao jogo de quarta-feira, o Palmeiras começou bem e pressionou bastante. Depois houve um apagão e fomos pressionados. Mas o problema não era os jogadores em campo e sim a disposição tática do time. Ai o Dr.Luxa resolveu arruinar a escalação também tirando o Souza (o moleque é promessa de craque e estava bem) e colocar o tal do Obina. Acho que foi isso o que piorou minha pressão...O Palmeiras tinha apenas 2 jogadas treinadas com bola rolando: cruzamento na área e toque no Keirrison para ele fazer o pivô para alguém que vem de trás. Esta deu certo e o Diego Souza meteu um golaço. Mas não durou muito e levamos o empate depois de um cruzamento em que o cara sozinho no meio da defesa botou o pé e desviou para o gol. Agora temos que ir a Montevidéu para ganhar dos caras... Sinceramente estou desanimado.
É um sofrimento ver esse time jogar. Talvez seja hora do Dr.Luxa vazar e dar espaço para uma comissão técnica mais barata, que gosta de futebol e não dos negócios com o futebol.
Chega de pernas de pau! Chega de mercenários! Chega de negociatas no Palestra!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Que tal se fosse agora?


Essa é uma semana que não tem sido um prodígio em boas noticias. Alias só tive uma ruim mesmo que foi minha pressão arterial ter subido a 16/13 . A médica da empresa terceirizada a Santa Maria me ORDENOU ir a um cardiologista com urgência.
Sinceramente há um ano não esperava estar nessa situação: a cabeça cheia de duvidas e um problema desse quilate para cuidar. Estou precisando realmente de férias. Elas estão marcadas para iniciar no dia 15/06, mas a mim, parece que vai levar uns 100 anos até chegar o dia.
Não sei ainda o que farei do segundo dia em diante, mas no primeiro eu quero dormir muito, mais do que nunca!
Efetivamente tive férias de 15 dias em dezembro. Mas pouco valeu, o tempo estava chuvoso e desaconselhava qualquer pulinho a uma cidade vizinha. Cansei-me mais em c asa, fechado comigo mesmo, do que se tivesse ficado trabalhando.
Gosto das férias no meio do ano, quando o sol brilha com força e o céu é azul de verdade. Acho graça quando em pleno verão dizem que um dia de chuva nos remete ao inverno. Ora vivemos em um país tropical em que o verão é exatamente a temporada das chuvas e o outono/inverno que é ensolarado. Cada coisa que escuto...
Consegui marcar o médico para o dia 05. Ele vai me esculachar porque eu sei que minha pressão sobe há uns 3 anos mais ou menos e não o procurei antes.Me assustei agora, é verdade, nunca havia subido tanto! Sei que se ela tivesse ficado “acomodada” em 16/10 eu não iria ver o doutor.
Mas no fundo eu sei que se continuar ansioso, me alimentando errado e sem exercícios físicos, virarei adubo em pouco tempo. Por isso essas férias virão a calhar, uma vez que, será hora de criar novas rotinas, novos hábitos e tentar viver mais o presente. Quando voltar ao trabalho, estarei melhor que no meu inicio e assim espero continuar.
Alias meu problema em viver é que eu sempre espero mais do futuro e me esqueço que hoje é meu futuro de 10 anos atrás e que daqui a 10 anos será o futuro de hoje. No entanto o que me preocupa é que todas as vezes que tentei viver o presente meti os pés pelas mãos. Talvez eu não possa fazer isso sozinho. Talvez precise da ajuda das pessoas mais próximas.

É como canta a Mallu Magalhães em Vanguart:

“Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho,
Se eu não fosse assim tão tristonho,Não seria assim tão normal.
Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Se eu fosse um pouco mais feliz,Levantasse o meu astral...”

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Viver ou morrer em Monte Carlo


A Formula 1 chega a Mônaco para disputar seu mais charmoso Grande Prêmio, onde o traçado é o que menos combina com os carros da categoria, devido as suas varias curvas que limitam a velocidade dos carros, valorizando o talento e a sensibilidade dos pilotos.
O principado monalesco reforça o elitismo de uma competição que tem empresas do naipe de Ferrari, Renault , BMW e Mercedes Benz se ralando em busca da vitória nas tortuosas e estreitas ruas do principado. Ali estão os verdadeiros clientes de carros de luxo e vencer significa prestigio ao fabricante e glória ao piloto. A ostentação é tão grande que todos os anos os primeiros pilotos da Mclaren Mercedes correm com diamantes cravejados em seus capacetes. Lugar de milionários. Não espere encontrar transporte coletivo ou serviço de saúde publica ali...
Contraditoriamente, o Circo da Formula 1 chega a Mônaco discutindo sua sobrevivência em tempos de crise econômica: A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) querendo limitar os gastos das equipes e as equipes querendo gastar mais do que hoje. Ao investirem mais com engenharia, materiais, recursos humanos e informática, as equipes mais ricas tiram espaço das menores nas primeiras filas do grid, pois aumentam o abismo entre o desempenho e durabilidade de seus bólidos com relação aos pequenos. Sendo assim, porque alguém, não ligado a montadoras, se aventuraria em um jogo de cartas marcadas como este? Essa é a pergunta que Max Mosley (presidente da FIA) se fez e que motivou sua proposta do teto orçamentário que as equipes mais abastadas rejeitaram. Antes isoladas, agora as “patricinhas” da F-1 parecem ter convencido os construtores menores (maiores beneficiadas com o teto) a se alinharem contra a FIA.
Se Mosley não amolecer, será responsável pela morte da Formula-1 por todos os fãs da categoria no mundo todo. Eu apostava em Mosley e numa categoria sem a Ferrari. Mas neste momento, aposto nas equipes que unidas e saindo em revoada, extinguirão a categoria, pelo menos como nos acostumamos a vê-la geração pós geração.
O campeonato de 2010 só acontecerá porque essas rivais todas se uniram e se articularam para garantir seus privilégios e evitar que aventureiros as vençam nas pistas no ano que vem. Fizeram a jogada perfeita, impondo uma invertida história a FIA. Eles tem até 29 de maio para resolver a quizumba já que está é a data limite para inscrições para a temporada do ano que vem. Mas já está tudo certo. Resta a Mosley tentar sair com dignidade dessa situação.
Por isso que repito o que já deixei por aqui: a Formula 1 é um pedaço do mundo dos negócios,e para quem assiste, é uma grande escola feita por empresários de primeiríssima linha, em um ambiente de extrema competividade , em que adversários ferrenhos como BMW e Mercedes Benz se olham nos olhos, se digladiam e se alinham por um interesse em comum. Política e negócios. Um não vive sem o outro em nenhum degrau da sociedade humana. Seja em corrida de carrinhos de rolimã, seja na Formula-1.
Ah sim, já ia esquecendo: Jason Button venceu 4 das 5 corridas no ano e vai para a sexta com um histórico pobre em Mônaco. Mas ele tem vencido tão facilmente em todo tipo de pista e situação que eu o considero favorito a tudo: pole amanhã, vitória domingo e titulo em 1º de novembro.

domingo, 17 de maio de 2009

Panelismo X Profissionalismo


Profissionalismo. Palavrinha muito dita por ai não é mesmo?
Todo mundo alguma vez já disse presa-la em alguma entrevista de emprego para impressionar o entrevistador e conseguir a vaga. Mas poucos no dia a dia podem ser chamados de profissionais porque privilegiam mais a chamada “organização informal” - que da origem as famigeradas panelinhas - do que o trabalho que os remunera.
As panelinhas sempre têm um líder e este líder não precisa ser necessariamente um chefe formal. Dureza é quando uma panelinha tem um chefe formal, mas ele não é o líder da panela. Fraqueza muita de quem tem orientação direta do patrão, mas se submete aos caprichos de gente que tem objetivos secundários e até contraditórios em relação aqueles da empresa.
As panelas começam quando um erro individual é encoberto pelo resto da equipe. Naquele momento mágico todos automaticamente prendem seu rabinho na gavetinha sendo que uns prendem porque erraram e outros porque sabem que houve erro e silenciaram quando a coisa fedeu.
Não faço campanha pela caça as bruxas. De maneira alguma. Erros acontecem, eu os cometo aos caminhões, mas costumo baixar a cabeça e reconhecê-los, por mais que doa a meu ego inflado e sensível como um balão de festa. Mas ainda fico impressionado como a panelinha leva para o ambiente de trabalho, assuntos alheios a ele, desviando seu foco e cometendo ainda mais equívocos que precisam ser enterrados a todo o momento em covas rasas para manutenção do bem estar e conforto da própria panela. Assuntos como a vida sexual de terceiros, aperto financeiros de beltranos, doenças de não sei quem, chifre do outro lá, o que se compartilhará no café da manhã... Coisas extremamente desnecessárias em um ambiente que exige precisão cirúrgica e pensamento voltado ao que importa.
Claro que brincadeira e papinhos paralelos são necessários, porque não somos maquinas. Mas eles precisam ser breves e não podem se converter em ganchos para outros assuntos. O profissional precisa enxergar por si só o que é importante e ter um grau de exigência acerca de suas atividades e dimensionar o que seus erros podem causar ao resultado desejado.
Quem esta de fora da panelinha fica desmotivado e revoltado. Seu desempenho também cai porque sente que num barco com 10 pessoas, poucos remam ao contrário do abismo. Lideres tem de identificar essas uniões e verificar o quanto elas prejudicam a Organização.
Por essas e outras que meus melhores amigos não trabalham comigo e, os que trabalham, são tratados com imparcialidade, colocando acima de tudo os interesses de quem banca as nossas necessidades e futilidades fora do trabalho.

Filminhos, filmetes e filmaços!


Tem filmes que marcam pra valer a gente. Às vezes coincidem com o momento que vivemos, outras vezes nos alertam, em outras nos apaixonam...
Lembro de 1997 quando excursões foram feitas a exaustão para levar os ituveravenses mais românticos a Franca para ver Titanic. Aquilo mostrava a força do cinema ou da propaganda em torno de uma produção? Acredito nos dois. Titanic não é meu tipo de filme: água com açúcar demais e provocador de menos. O próprio Di Caprio fala com reservas sobre ele e luta a cada novo filme para ser levado a sério como ator e não ser sempre Jack. De fato ele tem conseguido arrancar elogios de críticos raivosos com suas atuações em filmes como os Infiltrados e Diamante de Sangue (adorei os dois!!).
Muitos dos que foram ver Titanic naquela época não gostam tanto de filmes assim ou, penso eu, não teriam estomago para produções mais audaciosas em termos de discussões sobre assuntos mais controvertidos. Filmes como Titanic, a meu ver, são feitos para serem assistidos em massa, que é mais superficial em suas exigências, mais vulnerável ao marketing e mais afoita ao declarar qualquer coisa como “filmaço”. Outra porcaria colossal, que teve destaque enorme e a Record adora reprisar, é Paixão de Cristo. Outro filme feito para um “nicho de mercado”, ou tipo de expectador: o conservador, cristão e à direita. Como os caipiras americanos são e como os brasileiros se orgulham em ser. Como Mel Gibson, diretor de uma obra prima como Coração Valente se presta a tal baixeza? Em 1995 ele colocou nas telas um épico sobre a revolta escocesa contra o domínio inglês séculos atrás; paisagens espetaculares, aquela musica de gaita de fole e um viés provocador, um incentivo a virada de mesa por um homem do povo que só se mexeu quando os britânicos mataram sua esposa. Levou Oscar de melhor filme e melhor diretor! Paixão de Cristo, ao contrario, foi à mesma história batida recontada sob a ótica de um açougueiro. Ateus e até religiosos menos aguerridos não suportam o filme; Gibson nunca mais teve o respeito de seus pares; Jim Caviezel (que interpretou aquele pedaço de carne muída) até hoje não fez mais nada... Se Cristo existiu e se liderou o seu povo contra o rei, claro que foi mutilado até pior que aquilo. Mas o filme poderia seguir a temática de Coração Valente, buscar fatos mais racionais e mostrar talvez os conflitos que Cristo teve com o poder de sua época, suas angustias como ser humano, duvidas... Mas isso é bater de frente com a Igreja e limitar a audiência no cinema a alguns poucos. Gibson perdeu o foco. O seu grande mérito foi ter levado aos cinemas gente que nunca esteve lá antes e nunca mais voltará. Bela aroba...
Hoje vi Sangue Negro. Hoje vi a manipulação da fé e sua capacidade de gerar barganha a quem lidera os “rebanhos do senhor”. A sequencia final é espetacular ao colocar no mesmo saco o pastor e o capitalista : a verdade é tão crua que amarga na boca.
Hoje vi Daniel Day Lewis em seu maior papel, como o prospector obstinado pelo petróleo e pelo lucro em detrimento das suas relações pessoais. Vi a angustia do personagem ao encarar isso. Vi personagens de verdade. Vi um filmaço de verdade.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O objetivo determina o caminho


A vida é mesmo engraçada e se for ver bem, não tem sentido. Mas se a gente não planeja nossos insignificantes atos, ela pode ficar bem ruinzinha, por um breve período ou pelo seu resto.
Eu imagino que nossas ações podem tomar variados contornos, de acordo com a “porta” ou “estrada” que resolvemos entrar/seguir. Se você estiver em um carro saindo de Ribeirão Preto, querendo ir a São Paulo, você já sabe onde está e o destino que quer atingir. Mas se você seguir a Anhanguera sentido Uberaba você nunca chegará à Sampa, não importa o quanto acelere ou o quanto o carro seja bom e o motorista habilidoso. Uso essa miserável metáfora para exemplificar meu modo de ver a vida. Isso explica como me renego tantas coisas para alcançar objetivos mais abrangentes e essenciais.
Eu namoro há 8 anos e 11 meses e é claro que fui pressionado por todos a casar-me desde 2002. Mas eu tinha uma faculdade a terminar. E só consegui concluí-la em 2007, depois de ficar com matricula trancada de 2002 a 2004. O caminho que escolhi, tendo em vista que queria terminar a faculdade e melhorar meu magro calibre, foi não casar naquele momento porque eu tinha uma terrível restrição orçamentária.
Em 2003 eu estava realmente desiludido; o motivo pelo qual havia trancado a matricula na Unifran, entrando no 3º de 4 anos de Adm. Em Comercio Exterior é que quando eu trabalhava com meu pai, até 2001, eu tinha as noites livres. Quando decidi e precisei trabalhar fora com carteira registrada, meu horário ia das 14 às 22 horas na produção de uma fábrica que fechou 3 anos depois que eu sai de lá. Eu tinha mais folga para pagar a faculdade, mas não tinha horário disponível para freqüentá-la. Lutei muito para mudar de horário, sofri boicotes de todos os níveis e em 2003 quase comprei casa e casei o que significaria desistir de tudo.
Naquele momento, eu estava entrando em uma estrada que não terminaria na faculdade. Em um domingo chuvoso daquele ano, acordei, tomei café e pensei em tudo o que tinha feito dentro e fora do curso superior e o que poderia fazer além. Pensei que estaria renegando a tudo em que acreditava e ao eu havia me talhado a fazer na vida. Simplesmente foi um estalo na minha cabeça! Fui ao dono da casa e desisti do negócio; avisei a noiva, que satisfeita, me apoiou prontamente. Entrei em um projeto de destaque naquela empresa e em agosto de 2004 me mudaram de horário e voltei a faculdade em janeiro de 2005. Mas não voltei a Unifran, que me exigia muitas adaptações para entrar em Administração Geral. Transferi-me para a FFCL de Ituverava, tive de retroceder 1 ano, começando pelo terceiro semestre novamente. E lá conheci a pessoa que deu a mim as maiores oportunidades. Um professor genial e um empresário de imenso sucesso. Fui para a empresa dele em 2006 e lá estarei enquanto me considerarem útil. Foi à recompensa por ter tido a coragem de voltar pela contramão de uma estrada mal sinalizada e caminhar sobre os trilhos que minha natureza me impõe desde que nasci.
A noiva esta comigo, claro. Ela reconhece que o caminho que retomei foi o melhor para nós... Ela é sempre otimista e isso falta em mim... mas acho que a mistura da animação dela com meu pragmatismo é bom: ela me mostra que as coisas nem sempre são ferro e fogo e eu mostro que nem tudo são flores.
Sou um ateu irremediável e uma das poucas coisas em que acredito é que em se tomando o caminho errado, não adianta rezar que não tem volta. A vida, para ter sentido, precisa de objetivos claros e esforços que realmente levem-nos a alcança-los. Sem isso, haja igrejas para suportar tanto arrependimento e vazio...
Será que é por isso que esse negócio de reza prospera tanto em países latinos?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Onde recarrego as baterias
































Sempre que posso vou a Franca andar a toa com a noiva. Gosto da atmosfera da cidade. Quando estudei lá entre 2000 e 2001, tive boas horas tanto na sala de aula quanto fora dela. É a cidade em que em sonho morar. É lá que gastarei meu futuro prêmio da Mega Sena. Tem de tudo um pouco e não existe a loucura de uma cidade grandona nem a mesmice da cidade pequena.
Mas lá já foi meu lugar preferido para passar momentos de folga. Agora eu gosto de ir para uma fazenda a 40 km de Delfinópolis-MG onde o irmão da noiva toca sua existência. Lá é um lugar duríssimo para chegar: fico assustado, mesmo acostumado que sou a dirigir até caminhão por terrenos acidentados dos18 aos 22 anos. Mas há uma serra terrível a subir, com muitos buracos, um desfiladeiro ao lado e onde às vezes é necessário que os outros ocupantes desçam do carro para que eu passe por alguns obstáculos.
A recompensa começa pela vista antes mesmo de iniciar a subida. Lugar extremamente alto, mas com uma vegetação fechada, nativa mesmo. Ao meio, rasgando o verde, está à barragem da usina hidroelétrica de Peixoto, pouco antes de se alcançar o pé da "serrinha". Quanto termina-se a subida de cerca de 1 hora, pode-se ver a represa da tal barragem em cima da montanha, o que é impressionante já que lá de baixo se imagina que o morro não é a “mesa” que é no seu cume. E é naquela “mesa” que meu cunhado trabalha e toca a vida, com estresse perto de zero e um amanhecer e cair da noite de dar inveja a qualquer lugar deste país.
É uma região lindíssima para quem gosta de ar fresco e natureza. As fazendas parecem àquelas pintadas nos quadros, daquele tipo que a gente olha e tem vontade de morar naquela casinha desenhada na beira do rio... O caminho é uma maravilha a partir do momento em que se entra na Cândido Portinari e ruma-se como se fosse para Rifaina. Entra-se no trevo que segue para a usina Peixoto e ai a paz já começa...
Eu não sou um cara chegado em roça e não conseguiria viver lá muito tempo. Gosto de modernices desnecessárias como tocar um blog. Mas reconheço que me refaço quando vou para lá. Volto imundo em poeira, mas com a alma transparente para um pós-feriadão de ansiedades e esperanças que patrocinam minha futura úlcera de estômago.

domingo, 3 de maio de 2009

Parabéns gambás


Infelizmente deu Corinthians na decisão do Paulista/09. Fazer o que?

O melhor a fazer é reconhecer que nenhum time foi tão objetivo e prático como esse.
Ganhou quando precisou, empatou quando lhe convinha e não perdeu nenhuminha no campeonato. Defesa firme que roubava a bola e iniciava contra golpes mortais finalizados por aquele ex-jogador gordo que caiu muito bem no timinho deles e vai voltar para a seleção para jogar a Copa de 2010.
Não vi o jogo no segundo tempo porque eu já sabia quem sairia campeão hoje. Preferi evitar a raiva.
Parabéns Bambam, Ana Angélica e demais corinthianos.

Twiitando




Criei um perfil no Twiiter só para não ficar para traz.. Esse negócio ta pegando fogo e a facilidade com que dissemina informações é incrivel!


Abaixo do meu perfil do blog, ai a esquerda, vai aparecer um quadrinho com as ultimas atualizações.


E fica combinado assim: idéias e conceitos no blog , coisas do dia a dia no Twiiter. E vamo que vamo!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Desconstruindo Senna

Há 15 anos morria Ayrton Senna.
Eu que sou apaixonado por Formula 1 só me tornei um torcedor dele depois que o Nelson Piquet se aposentou. Como era moleque na época da chegada do Ayrton a categoria máxima, eu preferia o Nelsão porque com ele era certeza de vitória. Senna ainda era novato e correu no inicio de Toleman que era uma nanica com poucas chances. Lógico que quando Piquet deixou a Williams no final de 1987 e foi para a já combalida Lotus no lugar de Ayrton (que foi para a Mclaren), eu mudei minha torcida. Natural para quem tinha 9 anos.
Mas hoje vejo, sem romantismo, o que o falecido tricampeão foi. Tecnicamente irrepreensível e de uma garra impressionante. Mas uma pessoa com uma fé afetada e quase marqueteira. Conseguiu unir sua capacidade gigantesca de conduzir carros a uma aura de messias do povo brasileiro. Suas vitórias foram épicas e quando não eram, elas se tornavam por seu comportamento após as corridas: o carregar a bandeira nacional no carro. Isso tinha um que de fato projetado para ser histórico. E de fato se tornou. Não coloco como o maior de todos os tempos, mas esta entre eles, na minha humilde e insignificante opinião. Senna conseguia resultados extraordinários com carros limitados, como o heróico segundo lugar com um Toleman em Mônaco/84 e as vitórias no Estoril e Spa Francochamps em 1985 de Lotus. Mas uma grande qualidade sua, junto a sua classe como piloto, era sem dúvida o modo como conseguia tirar proveito da política na Formula-1.Em 1987 a Williams havia conseguido conquistar o mundial de construtores e de pilotos com Piquet. A equipe inglesa tinha um motor fantástico chamado Honda. Senna, por seu lado, estava na Lotus e lá sabia que nunca seria campeão. Ele precisava crescer. Precisava de uma equipe grande com os melhores fornecedores. Foi então que conseguiu assinar contrato com a Mclaren para 1988 e de quebra tomar da Williams os propulsores Honda, tudo isso sem ter de pagar multa por sair da Lotus: “Deu” alguns motores Honda, de geração anterior, para a ex-equipe e esta acabou contratando o Nelson a peso de ouro. Em uma só tacada de mestre ele tirou Piquet e a Williams do páreo e junto a Alain Prost e os engenheiros de sua nova equipe e da Honda, desenvolveu um dos carros mais fantásticos da história da Formula-1: a Mclaren MP4/4. Este equipamento ganhou 15 das 16 corridas da temporada de 88 e deu ao brasileiro seu primeiro titulo mundial na categoria, depois de dura batalha contra Prost durante todo ao ano.
Portanto antes de se tornar um “santo”, Senna foi um estrategista quase em nível militar, que criou o ambiente ideal para que fosse campeão tantas vezes. Ele sempre soube o seu peso no mundo em que vivia e fez uso disso em momentos capitais, como na vingança contra Prost na largada de Suzuka/90 em que sabia que não seria punido dois anos seguidos já que estava ameaçando correr na Indy e já havia testado até um Penske Chevy nos E.U.A. para mostrar que estava falando sério. Sem Senna a F-1 não seria a mesma em grandes mercados automobilísticos. Perderia apelo comercial e ao mesmo tempo grana. Infelizmente seu maior projeto, a ida para a Williams Renault, foi muitas vezes adiado. E quando conseguiu sentar no cockpick azul e branco, morreu, correndo atrás de Michael Schumacher, que o sucederia nos títulos e nas estratégias anos mais tarde, durante aquelas 3 primeiras corridas de 1994.
Como ser humano Senna foi bem... Humano: profissionalmente fez de tudo para crescer apostando corretamente no talento que tinha.
Sua visão era ser o maior piloto de todos os tempos, com todos os recordes. E acho que ele conseguiria. Estava trabalhando para isso.