domingo, 7 de junho de 2009

In memorian

Esta semana que passou, começou com uma das piores noticias que eu poderia receber. A morte de uma companheira de graduação.
Eram 7 da manhã quando meu celular começou a tocar freneticamente. Quando atendi a bomba: Débora, da turma da Faculdade, havia acabado de falecer. Morte terrível demais para uma pessoa tão inteligente. Morte por acidente de trabalho por assim dizer ( afinal foi dentro da empresa em que trabalhava).
No inicio, não éramos os melhores amigos. Mas nos respeitávamos e eu gostava da inteligência e da beleza dela. Era incisiva em temas polêmicos na sala de aula e alegrava nossos olhos com sua presença. Certa vez ela me deu uma carona, junto a seus pais, para Ribeirão Preto para fazermos uma prova concorrendo a uma vaga em um banco (isso antes de eu entrar na Santa Maria e ela na Cosan). Nenhum dos dois foi aprovado. Azar do banco.
Mas o episódio serviu para estreitar nossos laços de amizade. Passamos realmente a nos divertir trocando musiquetas via Bluetooth e falando de outras bobagens que fazem dessa vida algo legal. Encontrávamo-nos corredores e tínhamos uma turminha sempre unida: Débora, Diego, Angelita, Milionário,Juninho ,Helinho, Carol, Amanda, eu... Sentávamos nas duas muretas que ladeavam o corredor de entrada da faculdade e a esse setor batizamos, nós homens, de “triagem”pois ali fazíamos analise das especificações técnicas da moçoilas que passavam.
Nesse clima que a amizade foi se formando e a admiração também. Débora foi uma aluna muito inteligente e gostava de polemizar com os professores durante as aulas, forçando-os a melhorar constantemente. Era realmente impressionante a inquietação que ela provocava ao não aceitar, de primeira, o que lhe chegava aos ouvidos. Profissionalmente, passou pelo Paulista, O Boticário, estagiou por dois anos na Cosan no setor de RH, ficou um ano parada e em 2009 havia sido efetivada no mesmo departamento da mesma empresa. Devia estar muito feliz e aliviada. Era o que queria. Tinha muito orgulho de trabalhar lá e com certeza iria muito longe.
Ficam as lembranças. Dos churrascos em sua companhia, das risadas e das gafes como no dia em que convidando a mim a minha noiva para uma visita a sua Igarapava, soltou um EU, para explicar o maior atrativo da cidade. Convencer a Glaucia que era gafe foi uma missão árdua naqueles dias que se seguiram (risos).
Sendo ateu, não acredito que tenha ido para o céu. Também não acredito que sua “missão” estava cumprida aqui Terra. Ela tinha muito por fazer até a aposentadoria. Uma profissional como ela, tinha muito a contribuir e precisava ser desenvolvida ao limite. Como pessoa, estava na flor da idade com muita coisa a aprender e depois ensinar. Muitos a amar e a odiar. Tantos sabores, perfumes, lugares e pessoas a conhecer...
E ela tinha potencial para tudo isso. Não era nada impossível. Era tudo inevitável.
Que os seus amigos e família honrem sua memória fazendo sempre o melhor e vivendo intensamente cada segundo. Ela ficaria contente, tenho certeza.

Nenhum comentário: