quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Idade da Razão


Sou batizado no catolicismo , fiz primeira comunhão , crisma. Frequentei catequeses. Frequentei missas. Confessei pecados e fiquei em retiros espirituais. Vi meus familiares se enfiando em todos os tipos de crenças.
Depois de adulto enveredei pelo caminho da razão e nele continuarei até a morte por certo. Tornei-me humanista. A isso agradeço a Marcos Gera meu professor de Filosofia na Unifran (sim, lá mesmo).
Chego hoje ateu e feliz comigo mesmo e com meu posicionamento crítico. Sou vítima e algoz ao mesmo tempo. Não preciso da ajuda de uma religião para me sentir culpado ou alegre. Eu me encarrego disso. Enfrento meus conflitos com mente lucida e sem preconceitos adquiridos em rodas de reza ou orações.
Eu acredito em Ética. A Deusa Ética. Aquela que para alguns é uma conselheira pontual e que para outros nem existe ou é apenas mais um nome para o diabo.
Mas a verdade é que muita sacanagem foi e é cometida em nome de Deus. Rezando se cobram juros de 15% ao mês, se faz a guerra, se rouba e se trai. Tudo em nome de um ser que se colocarmos no papel, veremos uma criatura vingativa, vaidosa, contraditória e classista. Uma caricatura do ser humano moldado ao gosto de cada líder religioso e social de acordo com seus interesses: o grande exemplo é Reforma da Igreja, comandada por Martin Lutero no século XVI. Segundo os protestantes, foi a limpeza na igreja católica que deu origem ao protestantismo. Para mim é mais do mesmo. Adaptações feitas para agradar a burguesia emergente na Europa do capitalismo nascente.
Os lideres protestantes eram aqueles revoltados com a falta de poder de mando na Igreja Católica. Comerciantes e agiotas (futuros banqueiros) que tinham os lucros e juros condenados pelos padres. Padres que cobravam moralidade enquanto traçavam casadas e solteiras.
E assim persiste hoje. Toda vez que um “fiel” mais ambicioso vê que não leva vantagem alguma em apenas carregar os “chefes” nas costas, ele sai e abre sua própria igreja. Assim como os insatisfeitos no Corinthians fundaram o Palestra Itália; assim como os sócios insatisfeitos da Adidas fundaram a Puma; assim como os colonos revoltados criaram os Estados Unidos da América ou assim como aquele nosso amigo que deseja deixar ser empregado e resolve abrir um negócio próprio. O fanatismo leva a apenas ao enriquecimento dos padres e pastores; bispos e papa. O resto sofre em vida o que lhe ensinam que terão no inferno se não pagarem os 10% do dízimo e não professarem sua fé a plenos pulmões.
Agora a moda é dizer que não se pertence a uma religião, mas sim a uma “organização voltada para Deus” Essa é a forma de se escapar da categoria de instuição mais fraudulenta que se tem noticia desde que o homem fez uso do fogo, da roda e da linguagem falada e escrita.
Igrejas trabalham com estratégias de Marketing como um supermercado, ou melhor, uma prestadora de serviços. Tendem a ficar maiores de acordo com a habilidade dos seus gestores. Para mim é como um cassino: você aposta tempo e grana, fica com a cabeça cheia de bobagem e sempre perde para a banca. E quando você vê, já vendeu até sua casa para continuar no “jogo”.
Não sou contra religiosos, repito. Cada um com a sua e NA SUA. O que não aceito é alguém se achar melhor por causa do logotipo da igreja que carrega na camiseta ou no boné. Que tente se impôr com suas musicas e programas de tv. Que prejudique e faça extorsão de gente inocente; que se de conselhos a alguém, com o apoio em lendas e mitos; que se impeça a cura pela medicina em nome de algo pouco provável. Que se coloquem rédias morais em terceiros: q
ue mal contra o Universo há em tomar uma gelada com os amigos e a família ao invés de babar ovo num banco de igreja?
Precisamos de Ética. Só ela resolve nossa condição. Só ela tornará essa nossa única vida menos penosa.

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